Economia

BC: para próxima reunião, Copom antevê outro ajuste de 1 ponto porcentual

Colegiado afirmou que cenário básico indica ser apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros acima do neutro

Data de publicação:05/08/2021 às 08:06 - Atualizado 3 anos atrás
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Ao aumentar o ritmo de ciclo de alta da Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também avisou que pretende manter o pé no acelerador. O colegiado elevou na véspera a taxa básica de juros em 1,00 ponto porcentual, de 4,25% para 5,25% ao ano, e já sinalizou um novo aumento de mesma magnitude na próxima reunião.

Copom sinalizou mais um ajuste de 1 ponto porcentual na Selic para a próxima reunião - Foto: Arquivo

Com isso, a Selic pode chegar a 6,25% já em setembro. "Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros para patamar acima do neutro", destacou o Copom.

Apesar dessa sinalização em manter o novo ritmo de aumento da taxa em 1 p.p. - após três altas de 0,75 p.p. - o Copom enfatizou que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação.

Mais uma vez, o colegiado afirmou que as próximas decisões dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.

Inflação

Após insistir durante meses que a subida da inflação no Brasil era temporária, o comitê admitiu que a alta dos preços ao consumidor "continua se revelando persistente".

"Os últimos indicadores (de inflação) divulgados mostram composição mais desfavorável. Destacam-se a surpresa com o componente subjacente da inflação de serviços e a continuidade da pressão sobre bens industriais, causando elevação dos núcleos”, destacou o BC.

Além disso, afirmou a autoridade monetária, “há novas pressões em componentes voláteis, como a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de condições climáticas adversas. Em conjunto, esses fatores acarretam revisão significativa das projeções de curto prazo", justificou o Copom.

O colegiado reiterou que as a diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação.

Preços e medidas fiscais

Ainda assim, o balanço de riscos do Copom segue com fatores em ambas as direções. De um lado, o comitê apontou que uma possível reversão parcial do aumento dos preços de commodities em reais pode produzir uma inflação menor que a esperada.

Por outro lado, permanece o risco de que o prolongamento de medidas fiscais de combate à pandemia possa piorar a trajetória fiscal e elevar os prêmios de risco no País. Além disso, mesmo com a melhora recente dos indicadores da dívida pública, o BC considera que o risco fiscal continua elevado, criando uma assimetria altista no balanço de riscos.

Mais uma vez, o Copom reforçou que perseverar no processo de reformas é essencial para a recuperação sustentável da economia.

"O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia", repetiu o comunicado.

Variante delta

Além disso, o Copom alertou que a evolução da variante Delta de covid-19 adiciona risco à recuperação da economia global.

" A despeito dos movimentos recentes nas curvas de juros, ainda há risco relevante de aumento da inflação nas economias centrais. Ainda assim, o ambiente para países emergentes segue favorável com os estímulos monetários de longa duração, os programas fiscais e a reabertura das principais economias", acrescentou o BC.

Já no ambiente doméstico, o Copom limitou-se a comentar que os indicadores recentes continuam mostrando evolução positiva e não ensejam mudança relevante no cenário de recuperação robusta do crescimento econômico ao longo do segundo semestre. / com Agência Estado

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