Economia

André Brandão renuncia à presidência do Banco do Brasil. Quem será o substituto?

Foram dias de especulações até que nesta quinta-feira, 18, o Banco do Brasil comunicou a renuncia de seu presidente André Brandão. Ele entregou o pedido de…

Data de publicação:18/03/2021 às 06:47 - Atualizado 4 anos atrás
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Foram dias de especulações até que nesta quinta-feira, 18, o Banco do Brasil comunicou a renuncia de seu presidente André Brandão. Ele entregou o pedido de renúncia ao cargo, e deve desocupá-lo em duas semanas, a partir do dia 1º de abril.

O pedido foi entregue ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. "Sendo aceita a renúncia, a indicação do novo presidente do BB seguirá as normas previstas no Estatuto", informa a nota.

Presidente do Banco do Brasil, André Brandão renuncia ao cargo - Foto: (Alan Santos/PR)

O executivo já enfrentava dificuldades no cargo desde que, no começo do ano, anunciou um plano de reestruturação, que envolvia um plano de corte de funcionários para investimento no canal digital. O plano foi criticado em público pelo presidente Jair Bolsonaro e, desde então, comenta-se sobre a troca da liderança do BB.

Entre os que trabalhavam pela permanência de André Brandão estava o ministro da Economia, Paulo Guedes, que chegou a defendê-lo em mais de uma ocasião.

Quem será o novo presidente do BB?

A saída de André Brandão da presidência do Banco do Brasil não tende a provocar alvoroço nem reação negativa do mercado financeiro nesta sexta-feira, 19. A principal questão que se coloca é quem será o novo presidente.

Menos de duas horas depois de Brandão anunciar sua saída, o Ministério da Economia anunciou a indicação de Fausto de Andrade, atual diretor da BB Administradora de Consórcios para a presidência do BB. Agora o seu nome será encaminhado ao Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade do BB.

Mas outro nome de peso, que tem circulado para a presidência do banco, é o de Eduardo Dacache. Atual presidente da Caixa Seguridade, Dacache conta com apoio representativo na indicação: do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Com passagens pelos bancos Santander e Safra, Dacache tem ampla bagagem no mercado financeiro.

A prerrogativa de escolha do nome pelo Estatuto do banco, no entanto, cabe ao presidente da República. Portanto quem baterá o martelo será o presidente Bolsonaro.

A demissão de Brandão, ademais, era esperada desde janeiro. Considerada questão de dias, semanas ou meses, depois que entrou em rota de colisão com Jair Bolsonaro. Na época, o presidente desaprovou o plano preparado por Brandão que previa o enxugamento do BB, com fechamento de agências e programa de demissão voluntária.

Leia abaixo o comunicado do Banco do Brasil.

"Em conformidade com o § 4º do art. 157 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e com a Instrução CVM nº 358, de 03 de janeiro de 2002, o Banco do Brasil (BB) comunica que o Sr. André Guilherme Brandão entregou, nesta data, ao Exmo. Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ao Exmo. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, e ao Ilmo. Presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil, Hélio Lima Magalhães pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de 01 de abril de 2021. 2. Sendo aceita a renúncia pelo Presidente da República, a indicação do novo presidente do BB deverá acontecer na forma do artigo 24, inciso I do Estatuto Social do BB. Fatos adicionais, julgados relevantes, serão prontamente divulgados ao mercado", detalha o comunicado./ Agência Estado

Quem é André Guilherme Brandão

André Brandão assumiu a presidência do Banco do Brasil após a saída de Rubem Novaes. Antes, Brandão era executivo no HSBC, onde estava desde 2003. No currículo, ele também acumula passagem de 10 anos pelo Citibank.

O executivo depôs, em 2015, na Comissão de Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurava crimes de evasão de divisas (crime financeiro por meio do qual se enviam divisas para o exterior sem declará-las) de brasileiros com contas da HSBC em Genebra (Suíça). À época, André Brandão justificou que a agência brasileira não tinha informações sobre os dados bancários dos correntistas no exterior.

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