Fundos de Investimentos

7 indicadores infalíveis para identificar os melhores fundos de investimentos

Uma nova era dos fundos de investimentos está chegando ao Brasil e se você ainda não está preparado para esse novo cenário, precisa começar a correr…

Data de publicação:16/08/2017 às 05:03 - Atualizado 3 anos atrás
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Uma nova era dos fundos de investimentos está chegando ao Brasil e se você ainda não está preparado para esse novo cenário, precisa começar a correr atrás do tempo perdido.

Saber como escolher os melhores fundos para seu dinheiro é essencial e justamente por isso montei um checklist com 8 simples passos a serem seguidos que recomendo a leitura posteriormente.

Mas apesar dos passos que descrevi serem bastante simples, alguns deles acabam sendo um pouco subjetivos tornando a tomada de decisão um pouco variável dentre um investidor e outro.

A boa notícia é que os melhores fundos podem apresentar algumas informações objetivas sobre sua qualidade, que facilitam ainda mais a comparação entre cada um deles.

Por conta disso, muitas vezes os indicadores numéricos podem ser a maneira mais direta e segura de tomar a decisão de investir ou não em um fundo, de forma que podemos nos ancorar em alguns valores chave para avaliar quando esse fundo é bom ou não.

Mas não se preocupe, mesmo falando em "números", vou apresentar cada um desses indicadores de maneira bem amigável, como é costume aqui do Mais Retorno (e já bem conhecido pelos leitores mais fiéis).

Rentabilidade Absoluta e Rentabilidade Relativa

Ganhar dinheiro é sempre bom e se o rendimento for positivo em, digamos, 5% em um único mês, então já podemos abrir o Champagne para comemorar, correto? Nem sempre.

Afinal, de que adianta você ter ganhado 5% em um mês comprando ações, se na média a bolsa tivesse subido 10% nesse mesmo período? Nesse caso a bebedeira acabaria sendo mais pra afogar as mágoas mesmo.

No exemplo acima, os 5% ao mês seriam pura e simplesmente o que chamamos no mercado financeiro de Rentabilidade Absoluta. E ela indica apenas o quanto o seu dinheiro variou em um determinado período de tempo.

Por outro lado, quando comparamos a rentabilidade de 5% contra os 10% da bolsa, poderíamos dizer também que o seu dinheiro variou 5 pontos percentuais a menos que o Ibovespa.

E é por isso que você veria com certa frequência que esse investimento teria rendido -5 p.p. em relação ao Ibov. A esse segundo formato é que chamamos de Rentabilidade Relativa.

É por isso que para saber se de fato nosso dinheiro foi bem investido, precisamos comparar o seu rendimento com algum outro índice de mercado que seja relacionado à esse investimento, como o CDI para aplicações de renda fixa ou o Ibovespa para aplicações de renda variável, por exemplo.

Esse índice de comparação que tomamos como referência, é o que o chamamos no mercado financeiro de benchmark.

E no caso dos melhores fundos de investimentos, essa regra vale exatamente da mesma maneira. Vale tanto, que os próprios fundos divulgam qual o benchmark ao qual eles se propõem a perseguir.

E claro, lembre de sempre comparar seus investimentos com os benchmarks corretos. Afinal de contas, não faz o menor sentido comparar os 5% de ganho que você teria obtido correndo riscos no mercado de ações, com o rendimento da caderneta de poupança ou qualquer outra aplicação de renda fixa com risco muito baixo.

Resumo da ópera: os melhores fundos são apenas aqueles que superarem seus benchmarks por um longo período de existência.

Quantidade de Cotistas x Patrimônio Médio do Fundo

Sabe aquela história do "follow the money" (siga o dinheiro)?

Existe um certo "truque" no caso dos fundos de investimentos, para qualquer investidor saber onde os mais ricos estão colocando seu dinheiro.

Tanto a informação do volume financeiro total investido (patrimônio líquido) do fundo, quanto da quantidade de investidores (ou cotistas) que aplicam nesse fundo são públicas e divulgadas abertamente pela CVM.

Portanto ao dividir o volume total do patrimônio do fundo pela quantidade de cotistas que aplicam nele, conseguimos ter uma média de qual valor cada pessoa aplica nesse fundo e consequentemente alguma ideia do perfil desses investidores.

Como na maioria das vezes as pessoas com mais dinheiro conseguem ter acesso a melhores informações e assessoria mais personalizada, acaba sendo comum que os investidores de maior porte invistam apenas nos melhores fundos. Por isso pode ser uma boa investir no mesmo lugar que esses investidores.

Outra informação bacana desses dados é observar a evolução desse patrimônio médio e a própria quantidade de cotistas em si. Afinal, se um fundo é muito concentrado em poucos cotistas, ele pode acabar tendo problemas de liquidez quando um único investidor muito grande fizer movimentações significativas de aporte ou resgate.

Logo, na maioria dos casos acaba sendo de certa forma saudável quando o fundo possui grande patrimônio, desde que esse patrimônio seja pulverizado em uma quantidade também grande de cotistas.

Da mesma forma, fundos que demonstrem uma quantidade de cotistas diminuindo ao longo do tempo são um péssimo sinal de que alguma coisa deve estar errada por ali, então fique em alerta.

Resumo da ópera: a) os melhores fundos geralmente são demandados pelos maiores investidores e portanto um patrimônio médio elevado tende a ser positivo; b) fundos concentrados em poucos investidores correm risco de ter problemas de liquidez; c) fundos que tenham quantidade de cotistas decrescente ao longo do tempo indicam um mal sinal de que ele pode estar desagradando seus investidores;

Patrimônio do Fundo X Valor Aplicado

Quando acompanhamos o patrimônio líquido de um fundo é bom ver que o valor gerido por ele só aumente com o passar do tempo.

No entanto isso por si só não quer dizer muita coisa.

Esse valor pode estar aumentando porque muito dinheiro foi aportado no fundo, as vezes simplesmente porque o banco que faça a sua distribuição tenha uma força comercial muito grande.

Por isso uma forma de saber de fato quanto dinheiro o fundo criou para seus cotistas, é separar o patrimônio atual do fundo das aportes líquidos (valor dos depósitos menos os resgates) que ele recebeu.

A diferença entre os dois é exatamente quanto dinheiro o fundo "criou" investindo o patrimônio de seus cotistas.

Logo, fundos que tiverem um patrimônio líquido menor do que seus saldo de aportes e resgates já deixam explícito que eles simplesmente perderam parte do dinheiro de seus clientes. Sinal vermelho!

Resumo da ópera: os melhores fundos podem sofrer oscilações em seus rendimentos, mas jamais terem o patrimônio menor que o saldo das aplicações por um período prolongado.

Volatilidade

O nível de risco de um fundo de investimento e a sua volatilidade estão diretamente ligados.

Isso porque a volatilidade nada mais é que o valor que indica o quanto um fundo (ou qualquer outro investimento) oscilam em média nos seus rendimentos.

Portanto, em fundos e investimentos mais conservadores é comum volatilidades mais baixas de até 2% ao ano. Outros investimentos de maior risco como fundos de ações ou investimentos alavancados que envolvam operações com derivativos (como mercado futuro e opções), podem ultrapassar facilmente os 10% ao ano de volatilidade.

Ou seja, a volatilidade serve como um termômetro para saber se aquele investimento é adequado para você ou não, de acordo com seu perfil de investidor.

Aliás, se você ainda não conhece seu perfil de investidor, recomendo fortemente que faça o teste do Mais Retorno agora mesmo!

O teste é bem rápido, fácil e divertido e você terá a resposta em menos de 2 minutos.

Você pode fazer o teste de perfil de investimentos clicando aqui!

Resumo da ópera: os melhores fundos podem variar de investidor para investidor, de acordo com o perfil mais adequado para cada um. Por isso foque sempre nos fundos que tenham volatilidade compatível com seu perfil de investidor.

 Drawdown

Uma das ilusões mais comuns que vejo os investidores terem na hora de tomar uma decisão sobre seus investimentos é justamente em relação à sua tolerância ao risco.

Isso porque quando vemos que um investimento tem um alto potencial de ganho, dificilmente achamos que nós seremos os azarados de colocar o dinheiro justo quando ele começar a ter prejuízo.

Todos nós nos sentimos especiais de uma forma ou de outra e por isso acabamos acreditando que se um fundo que rendeu no passado 30% ao ano, não nos importaríamos caso ele tivesse prejuízos de curto prazo. Mas na prática a história costuma ser bem diferente.

Por isso, um dos gráficos mais interessantes de se avaliar nas lâminas dos fundos é o de Drawdown, que apesar de ser um palavrão meio "feio", indica simplesmente o acumulado de prejuízos que um fundo teve em alguns momentos.

Dessa forma fica muito fácil avaliar os períodos em que o fundo teve dificuldades, qual a maior queda que ele sofreu e quanto tempo ele demorou para se recuperar, só de bater os olhos.

E claro, se imagina com o seu dinheiro aplicado naquela situação para saber se esse investimento era mesmo pra você.

Resumo da ópera: os melhores fundos podem até ter fortes oscilações de curto prazo, mas em geral não podem levar períodos demasiadamente longos para recuperar eventuais prejuízos que venham a ter. Caso contrário, a maioria dos investidores simplesmente não aguenta esperar tanto tempo com seu dinheiro desvalorizando.

Índice de Sharpe

Uma regra básica para qualquer tipo de investimento, é que o risco que você irá correr nele precisará sempre ser compensado pelo retorno potencial dele.

A boa notícia é que graças a William F. Sharpe, economista e professor emérito da Universidade de Stanford, desde 1994 o mercado financeiro passou a utilizar um cálculo padrão para saber se a relação risco-retorno de um fundo é atrativo. Esse cálculo é o que dá origem ao famoso Índice de Sharpe, divulgado pela maioria dos fundos em suas próprias lâminas de resultados.

Esse é um dos índices mais fáceis de se avaliar, se estivermos comparando dois ou mais fundos diferentes, de forma que aquele fundo que apresentar o maior valor para o Índice de Sharpe, terá o melhor risco-retorno e portanto será a melhor alternativa.

No entanto, se estivermos avaliando um único fundo individualmente, a coisa fica um pouco mais complicada. Isso pois, como bem levantou o Henrique Carvalho do blog HC Investimentos, o Índice de Sharpe não tem um valor exato para identificar quando um fundo ou outro ativo qualquer é bom ou não.

Portanto, se for para tomar algum valor como base, priorize por aqueles que apresentarem valores do Índice de Sharpe acima de 0,5.

Resumo da ópera: em comparações entre diferentes alternativas, os melhores fundos serão aqueles que apresentarem o maior valor para o Índice de Sharpe. Individualmente esse índice não serve como uma medida definitiva, mas valores acima de 0,5 podem ser um bom indicativo base.

Estatísticas Rápidas

Até aqui falei mais sobre indicadores pouco comuns, nomes esquisitos e gráficos inéditos para a maioria dos investidores.

No entanto, algumas informações básicas que podem ajudar muito na tomada de decisões sobre investir ou não em algum fundo é simplesmente sabermos se ele tem bons resultados e se esses resultados são consistentes.

Por isso, um pequeno resumo sobre quantos meses o fundo ficou acima ou abaixo de seu benchmark, seria uma boa pedida.

Outra informação bacana e bastante simples, seria saber simplesmente em quantos meses o fundo deu resultados positivos e quantas vezes foram negativos.

Por último conhecer os meses fora da curva, ou seja, aqueles em que o fundo fugiu do rotineiro e apresentou o melhor e o pior resultado, nos dão uma ideia melhor de até onde podemos esperar que nosso dinheiro possa flutuar. Claro, desde que o fundo avaliado tenha um bom tempo de vivência e histórico para usarmos como referência.

Resumo da ópera: indicadores como quantidade de meses em que superou o benchmark, quantidade de meses positivos e negativos e saber o melhor e pior mês, são bastante simples mas nem por isso menos importantes para nos ajudar a tomar a decisão de investir nos melhores fundos.

BÔNUS: Onde encontrar os dados dos melhores fundos prontos e mastigados para você

O bônus de hoje é imperdível e que me deixa muito feliz e orgulhoso de trazer para os leitores do Mais Retorno.

Afinal de contas, todos os indicadores que falei aqui são simples de ser avaliados, mas nem sempre fáceis de serem encontrados.

Bom, pelo menos até agora.

Isso porque hoje estamos lançando oficialmente a primeira versão da lâmina de fundos do Mais Retorno.

Essa lâmina contém todas as informações e indicadores que foram citados nesse texto, de forma intuitiva e bem prática.

E isso vale para qualquer fundo de investimentos existente no Brasil, ele estando ativo ou não!

As informações também são atualizadas diariamente, de acordo com os dados publicados pela própria CVM e por isso é possível que em alguns casos os investidores encontrem informações mais atualizadas até mesmo que no próprio site das gestoras que eles investem.

Tudo isso está aberto para consultas no Mais Retorno através da nossa página de Lâmina de Fundos.

Conclusão

Em um universo de quase 20 mil fundos em operação no Brasil, sei que nem sempre é fácil decidir qual o destino que merece nosso suado dinheiro.

É por isso que nos dedicamos bastante pra lançar esse aplicativo no Mais Retorno, pois acreditamos que ele será um grande aliado dos investidores que estiverem procurando cuidar bem do seu dinheiro investindo sempre nos melhores fundos.

E aí, o que achou? Gostou da novidade?

Deixe seu comentário abaixo dizendo o que achou da ferramenta e sinta-se livre para sugerir novas funcionalidades e informações para as novas versões (que já estão no forno).

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Sobre o autor
Felipe MedeirosEconomista e empreendedor do mercado financeiro há mais de uma década, tem como objetivo compartilhar suas experiências e se conectar com outros investidores e entusiastas do mercado. É fundador do Mais Retorno e autor da série de livros "Investidor Especialista".
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