Renda Variável

Saiba quais são as 16 ações que se favorecem com a prorrogação do auxílio emergencial

O setor de varejo será o mais beneficiado e dentro dele o de alimentos e varejo são os destaques

Data de publicação:07/07/2021 às 05:00 - Atualizado 3 anos atrás
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A extensão do auxílio emergencial por mais três meses, até outubro, renovou o otimismo dos investidores em relação às perspectivas das empresas do setor de varejo. A expectativa é que a prorrogação do benefício estimule o consumo e amplie o lucro de empresas cuja atividade esteja mais voltada ao atendimento de pessoas contempladas por esse benefício.

De forma geral todas as empresas que trabalham com produtos mais básicos e baratos devem ser beneficiadas, algumas mais, outro menos. Especialistas destacam, contudo, dois setores, o de alimentos e o de vestuário, como os que tendem a ser mais favorecidos.

Vestuário tende a ser um dos setores mais favorecidos com pagamento do benefício - Foto: Divulgação

Flávio de Oliveira, head de Renda Variável da Zahl, afirma que a prorrogação do auxílio é potencialmente favorável às empresas de varejo, “porque as pessoas que recebem esse tipo de auxílio tendem a destinar toda a renda disponível para o consumo”.

Isso não significa que todas as empresas do setor varejista serão automaticamente beneficiadas pelo dinheiro que chegará ao bolso dos consumidores. Oliveira cita as empresas de varejo online que têm boa parte da receita com a linha branca (fogões, geladeiras, lavadoras) e eletrônicos que lucraram com a venda desses produtos em 2020, ao longo da pandemia. “São produtos que têm um ciclo mais longo, vão durar por bom tempo e, portanto, demorar para ser substituídos.”

Outro ponto a que o investidor animado com os reflexos da extensão do auxílio sobre o varejo deve ficar atento é o preço dos papeis das empresas que atuam no e-commerce. Oliveira lembra que em 2020 o comércio online ganhou espaço no mercado e muitas empresas, de certa forma já precificadas, podem não estar sensíveis a essa extensão do benefício.  “Isso é diferente de pensar no impacto sobre o resultado das empresas, que deve ser bastante positivo.”

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, diz que uma das grandes apostas é o setor de supermercados. Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) aponta que 60% dos recursos do benefício são usados em gastos com alimentação. Em seu entender, tendem a ser beneficiados grandes redes de supermercados, como Pão de Açúcar, Assaí, Grupo Mateus, Carrefour.

No setor específico de alimentos, comercializados em supermercados, podem tirar proveito do aumento de consumo turbinado pelo auxílio empresas como Ambev e a Camil. Outros segmentos que devem atrair parte desses recursos são os de vestuário (Riachuelo, C&A, Renner), eletroeletrônicos, varejo de rua e empresas como Via e Lojas Americanas.

O estrategista da RB Investimentos diz que as ações de C&A estão descontadas ou mais baratas na comparação com as de demais empresas do setor varejista de vestuário do País.

Outro setor que pode ser beneficiado, segundo analistas, é o de e-commerce. “Embora o valor do auxílio seja baixo, parte pode ser direcionada, com tíquete mais baixo, ao setor”, acredita Cruz.

Pesquisa mostra que 60% do auxílio emergencial são destinados para o consumo de alimentos

O estrategista afirma que não será tarefa fácil separar o aumento de vendas no comércio impulsionado pelos recursos da extensão do auxílio dos originados em outras medidas que contribuirão para a reabertura da economia. “A rede varejista deve ficar muito atenta a isso.

A expectativa é positiva com a extensão do auxílio, mas especialistas lembram que o valor baixo do benefício pode frustrar os mais animados com os esperados efeitos positivos nas empresas. O valor médio do benefício, em torno de R$ 250, corresponde a menos de um quarto do valor mais alto pago na rodada inicial do auxílio, em 2020.

Outro fator que pode amortecer o impacto positivo do auxílio sobre o comércio é a aceleração da inflação, que reduz o poder aquisitivo do consumidor.

Setores beneficiados com auxílio emergencial

Confira setores e empresas com ações em bolsa de valores que podem ser beneficiados com a prorrogação do auxílio emergencial.

Supermercados:

Pão de Açúcar, Grupo Mateus, Assaí, Carrefour

Lojas de varejo

Lojas Quero-Quero, Lojas Americanas,

Alimentos:

Ambev, Camil Alimentos, Excelsior Alimentos, M Dias Branco

Vestuário:

Lojas Renner, C&A, Riachuelo, Alpargatas

Eletroeletrônicos:

Via Varejo, Magazine Luiza

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.