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FIDC
Fundos de Investimentos

O que é FIDC e como funciona – Vale ou não a pena investir?

Já vimos bastante sobre diferentes tipos de fundos de investimentos classificados pela ANBIMA, porém hoje vou tratar de outro tipo de fundo que não faz parte…

Data de publicação:21/03/2018 às 12:17 -
Atualizado 2 anos atrás
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Já vimos bastante sobre diferentes tipos de fundos de investimentos classificados pela ANBIMA, porém hoje vou tratar de outro tipo de fundo que não faz parte daquela lista: o FIDC.

Eles não são tão populares e conhecidos como os outros Fundos de Investimentos, mas deveriam ser.

Afinal, estamos falando de uma indústria que no ano passado cresceu 89% em novas emissões. Isso até julho que é quando temos o último dado da ANBIMA!

Ou seja, considerando o resultado de apenas até o meio do ano, as emissões de FIDC cresceram 89% em relação a 2016. Isto significa R$ 7,8 bilhões em recursos aplicados nesse tipo de fundo.

Além disso a quantidade de fundos ativos subiu de 565 para 660, demonstrando que novos lançamentos continuam sendo feitos.

Por isso, é bom conhecer e estar atento a esse mercado e hoje, aqui no Mais Retorno, você irá descobrir o que é um FIDC e como ele funciona.

Apesar de ser um fundo de investimento, os FIDCs utilizam de instrumentos muitas vezes fora do mercado financeiro por isso merecem uma análise mais detalhada.

O que é FIDC - Fundo de Investimento em Direitos Creditórios?

Um FIDC é um fundo de investimento que busca retorno através de direitos creditórios. Legalmente, destina 50% ou mais de seus recursos em direitos creditórios.

Mas afinal, o que são Direitos Creditórios?

Quando disse que um FIDC utilizava muitas vezes de instrumentos fora do mercado financeiro, a razão é essa. Direitos creditórios são os valores que uma empresa de qualquer segmento da economia tem a receber, como duplicatas, cheques e outros.

Por exemplo, uma empresa do ramo alimentício vende R$ 200 mil em biscoitos para uma rede de supermercados a prazo. Tem, portanto, uma duplicata a receber nesse valor para, digamos, 30 dias a frente.

Muitas vezes, a empresa necessita do recurso para hoje e não daqui a 30 dias.

A empresa então pode vender esta duplicata para um investidor interessado e receber o valor hoje. Aí entra o FIDC, muitas vezes a contraparte dessa operação.

O fundo se dispõe a pagar um valor hoje para a empresa em troca do direito que a empresa tem a receber (a duplicata).

Para conseguir essa antecipação do que tem a receber, a empresa abrirá mão de uma parcela do crédito que tem direito.

O rendimento de um FIDC virá, dessa forma, exatamente da diferença entre o que o fundo paga para adquirir o direito de crédito e o próprio crédito que o fundo receberá mais à frente.

Isto é, obviamente para a empresa conseguir o crédito hoje, recebe um valor menor do que teria em 30 dias. O interesse do FIDC é essa diferença entre o que paga e o direito de crédito que adquire.

Quanto maior for o desconto que o FIDC pagará sobre o direito do crédito, isto é, quanto menor for o percentual que pagará em relação ao recebível, maior será o rendimento do FIDC.

Para ilustrar melhor o funcionamento dessa operação, tome o exemplo acima.

A empresa do ramo alimentício pretende adiantar os R$ 200 mil que tem para receber daqui a 30 dias para a data de hoje vendendo esse direito para um investidor. Então um FIDC compra esse direito de crédito por, suponhamos, R$ 150 mil.

A empresa recebe os R$ 150 mil e o FIDC tem o direito de receber R$ 200 mil daqui a 30 dias.

Essa diferença, no fim do dia, nada mais é do que uma espécie de taxa de juros que a empresa pagará ao FIDC.

No exemplo, a taxa embutida na operação é de 25% (R$ 150 mil de R$ 200 mil). Desse modo, um FIDC é caracterizado como um fundo de renda fixa.

Riscos do Investimento em FIDC

Pelo exemplo que descrevi acima, o FIDC pareceu bastante atrativo, não?

No mês obteve-se um retorno de 25% (e essa não é uma taxa totalmente fora do padrão para os FIDCs).

Precisamos considerar algo de extrema relevância, entretanto. Fora o que você já sabe de que o tempo (30 dias no nosso exemplo) vale dinheiro (a taxa de juros), precisamos levar em conta outro fator de risco: o Risco de Crédito!

Risco de Crédito nada mais é do que a seguinte incerteza: ao final do período, eu vou receber o rendimento acordado?

Justamente, não se pode contar como um recebimento certo. A inadimplência, infelizmente, existe.

Voltando ao nosso exemplo da empresa do ramo alimentício, em que o FIDC pagou R$ 150 mil para ter o direito de receber os R$ 200 mil no lugar da empresa que forneceu os alimentos.

Tudo estava lindo até aí, mas quando chega o dia de receber acontece o inesperado. A rede de supermercados que comprou os produtos alimentícios não paga a duplicata, por um qualquer motivo que seja.

A empresa de quem o FIDC comprou o crédito (a produtora de alimentos) não tem mais nada a ver com a situação, afinal vendeu o que tinha a receber por um valor menor. Assim, o FIDC simplesmente incorreu em perda dos R$ 150 mil que desembolsou.

É por isso que a taxa de juros embutida na operação geralmente é elevada, pois caso haja inadimplência o fundo pode ter perdas substanciais de seu patrimônio.

Vantagens do FIDC

Vamos aos pontos fortes desse tipo de investimento.

Sem dúvidas, o que mais atrai em um FIDC é sua alta rentabilidade. Quando compara-se com outros fundos de renda fixa.

Enquanto para os fundos de renda fixa quando conseguem 120% do CDI, dizemos que foi uma baita rentabilidade. Para os FIDCs, por outro lado, não é difícil encontrar rendimentos acima de 150% do CDI.

Os FIDCs tem a característica de seguirem o ciclo da economia.

O que quero dizer com isso é que quando a economia vai bem, os fundos dessa categoria tendem a ir bem também e vice-versa.

Essa característica decorre do fato de que, como o fundo precisa receber o que tem direito, quando a economia vai bem as empresas têm menos dificuldades de honrar seus compromissos. Quando a economia vai mal, por outro lado, se prepare para não receber parte do dinheiro emprestado de volta.

Além disso, em cenários de juros baixos (como o de agora) FIDCs também se mostram boas alternativas de investimentos.

Naturalmente com taxas de juros baixas os outros fundos de renda fixa passam por maiores dificuldades do que aqueles que tem a rentabilidade atrelada a outros fatores, como o FIDC.

Para te ajudar a escolher um fundo, uma outra vantagem é que empresas de classificação de crédito classificam o risco dos FIDCs. A Austing Ratings faz um bom trabalho nesse sentido.

Sem dúvida, do ponto de vista rentável o FIDC deve ser uma opção considerável. No entanto, vamos ver as desvantagens desse investimento para que você analise se tem o sangue frio para colocar seu dinheiro nele.

Desvantagens do FIDC

Em finanças você já pode ter escutado a máxima de que, quanto maior o rendimento, maior o risco. Essa relação é bastante válida e para o FIDC não é diferente.

A natureza de seus rendimentos elevados está relacionada ao risco da operação. É muito inerte o risco de inadimplência e existem poucas formas de se defender disso. A diversificação não é muito clara e muitas vezes não se tem conhecimento pleno da empresa devedora.

Os tipos de perdas são diferentes de, digamos, um investimento em ações onde, por mais doloroso que seja, é possível limitar as perdas. Um direito creditório, caso a empresa devedora decida não pagar, muito provavelmente deixará de pagará integralmente, sem meio termo.

É preciso, portanto, verificar antes da aplicação, se você está ciente de todos os riscos e o que eles implicam, como por exemplo, perda financeira.

É recomendado sempre conhecer a você mesmo no mundo das finanças antes de tomar uma decisão de investimentos.

Por isso, preparamos um teste de perfil de investidor inédito aqui no Mais Retorno, feito sob medida com perguntas simples, intuitivas e em um formato prático e divertido de responder. Você não leva nem 2 minutos para terminar e ainda recebe uma surpresa no seu e-mail no final!

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Além desse ponto de risco que insisti, o FIDC tem outras desvantagens, como:

a. Não possui a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito);

b. Investimento inicial relativamente alto, de R$ 25 mil;

c. A liquidez (velocidade com que pode se desfazer do investimento) é baixa;

d. Restrito apenas investidores qualificados (mais de R$ 1 milhão em patrimônio financeiro).

Custos e tributação do FIDC

Os FIDC, assim como qualquer fundo, contam com as velhas conhecidas Taxa de Administração e Taxa de Performance.

Quem já é leitor assíduo e mais antigo do Mais Retorno já conhece bem essas taxas e o porque apesar de serem custos, consideramos uma das formas mais justas e alinhadas com o investidor na cobrança pelos serviços prestados.

Vale a pena ler o texto linkado acima caso queira saber mais o porque.

Além dessas taxas, o FIDC sofre a incidência da também já conhecida cobrança do IR via tabela regressiva. Ou seja, quanto mais tempo você deixar o dinheiro aplicado, menor o imposto pago.

A tabela funciona da seguinte maneira:

Tabela regressiva

Como investir em FIDCs

Agora que você analisou os prós e os contras de um FIDC, como fazer para investir em um?

Por envolver um risco elevado e conhecimentos além do básico, investir em um FIDC não é muito trivial.

Você terá que procurar um banco ou corretora e conversar direto com uma pessoa da mesa de operações dessas instituições para conseguir ter acesso a esse tipo de investimento, que geralmente não fica disponível diretamente pela plataforma online.

Além disso, como já citado acima, o investimento inicial costuma partir de R$ 25 mil e ser limitado apenas à investidores qualificados, o que torna o investimento inacessível para muita gente.

Especialmente levando em conta que esse é um investimento que deve compor uma pequena parte de uma carteira maior.

A ANBIMA fornece rankings por instituições financeiras de uma forma geral que engloba todos os tipos e classes de fundo e pode te ajudar a encontrar algumas alternativas.

Esse arquivo é um consolidado com diversas informações, mas para facilitar, separei as 10 maiores instituições financeiras em Patrimônio Líquido que fazem gestão de FIDCS, listadas na tabela abaixo:

Instituição FinanceiraPatrimônio Líquido (em milhões)
BB DTVM S.A.R$21.033,88
OLIVEIRA TRUST DTVMR$19.546,84
BRADESCOR$8.488,84
TERCON ASSET MANAGEMENTR$4.739,51
INTEGRAL INVESTIMENTOSR$3.609,86
VOTORANTIN ASSETR$3.091,32
CAIXAR$2.607,38
JUS CAPITAL GESTÃO DE RECURSOSR$2.181,46
PETRA ASSET GESTÃO DE RECURSOSR$2.105,68
MERRILL LYNCHR$2.031,40

A forma mais prática, segura e fácil de investir em FIDCs, no entanto, é indiretamente através de Fundos de Investimento de Crédito Privado. Afinal, muitos fundos de Renda Fixa comuns encontrados nas plataformas das corretoras e bancos podem investir parte do dinheiro em FIDC, de forma já diversificada e bem selecionada para você.

Fundos como o Valora Guardian FIC FIM Crédito Privado, o Artesanal Crédito Privado FIC FIM,  ou o Exodus 60 FIC FIM Crédito Privado, por exemplo, fazem justamente esse tipo de operação, alcançando resultados de até de 140% do CDI com uma boa consistência.

Por isso, antes de tentar se aventurar diretamente num FIDC, talvez começar por um fundo de Crédito Privado seja um bom começo.

Conclusão

Agora você, investidor, sabe como funciona uma nova modalidade de investimentos.

Os FIDCs costumam apresentar rentabilidade elevada, porém implicam diversos riscos. Dessa forma, devem ser vistos como alternativas de investimento, ou seja, diversificação da sua carteira de investimentos ao invés do investimento primário.

Esteja sempre atento às classificações de riscos e rentabilidade desse tipo de investimento para decidir da melhor forma se deve ou não alocar seus recursos em um FIDC.

E se ficou com alguma dúvida adicional ou quer contribuir mais com o assunto, comente abaixo!

Compartilhe esse conteúdo com mais investidores que você deseja ajudar a conquistar Mais Retorno investindo de forma inteligente em FIDC, com moderação.

Sobre o autor
Vinicius Alves
Economista, atuou no departamento econômico de empresas de sell side no mercado financeiro. Já foi Top-5 de projeção de inflação de curto prazo do BC.
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