Mercado vê inflação estável para 2023, em 5,9%, mas ainda longe da meta do BC, diz Relatório Focus
Inflação continua acima da meta do Banco Central e taxa básica de juros deve continuar elevada nos próximos anos.
O cenário da inflação continua estável para 2023, porém ainda longe da meta estabelecida pelo Banco Central. De acordo com o Relatório Focus, divulgado neste segunda-feira (6), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado do ano deve ser de 5,9%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, a inflação acumulada de 12 meses fechou em 5,79%. Desse modo, se confirmada a previsão, a tendência é que o índice inflacionário de 2023 termine acima de 2022.
Nos últimos dias, o Governo Federal anunciou a volta da cobrança do PIS e Confins sobre a gasolina e o etanol. Os valores serão de R$ 0,47 e R$ 0,02 por litro, respectivamente. O aumento dos tributos pode gerar aumento no preço dos combustíveis e, consequentemente, sustentar a inflação em nível superior ao teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que atualmente é de 5% ao ano.
Para os próximos 2024 e 2025, o índice inflacionário também segue estável. Segundo os especialistas do mercado ouvidos pelo Banco Central, a inflação deve ser de 4,02% em 2024 e de 3,8% em 2025.
Juros e câmbio
Assim como a inflação, a taxa básica de juros da economia e o câmbio seguem estáveis. Para 2023, o Relatório Focus mantém a estimativa da Selic em 12,75% ao ano. Nos dois anos seguintes, a previsão continua em 10 e 9%, respectivamente.
Portanto, nos próximos anos a tendência é que os juros continuem elevados para ajudar no combate à inflação. Como a Selic é um índice de referência nas demais taxas no nosso cotidiano, como em empréstimos e financiamentos, a tendência é que os juros continuem elevados nessas transações.
Em relação ao dólar, a previsão para 2023 mantém em R$ 5,25. Para 2024 e 2025, a estimativa é que a moeda norte-americana continue em R$ 5,30.
PIB
O mercado segue pessimista em relação ao crescimento econômico, porém, teve um leve aumento na previsão do PIB.
Na semana passada, a estimativa era de 0,84% e, nesta semana, a previsão de crescimento anual da economia brasileira chegou a 0,85%. Para os dois próximos anos, a previsão de crescimento mantêm: em 2024, a previsão é de 1,5%, e em 2025, de 1,8%.