Economia

Boletim Focus: inflação cai este ano e sobe em 2024, Selic estável

A expectativa é que a Selic mantenha estável em 12,75% para fim de 2023 e 10% para término de 2024

Data de publicação:20/03/2023 às 02:22 - Atualizado um ano atrás
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Apesar das pressões do governo federal sobre o Banco Central para a queda de juros, a expectativa para a taxa Selic se manteve estável para o fim de 2023, 2024, 2025 e aumentou para 2026 no Boletim Focus do BC. 

A mediana para os juros básicos no fim de 2023 continuou em 12,75% ao ano, enquanto para o término de 2024 se manteve em 10,00%.

Ambas as medianas estão estáveis nesses patamares há cinco semanas.

O Boletim Focus trouxe ligeira queda para a inflação em 2023, mas alta para ano que vem

Considerando apenas as 94 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 também seguiu em 12,75%. Para o fim de 2024, passou de 9,75% para 10,00%, com 90 atualizações na última semana.

No primeiro Comitê de Política Monetária (Copom) no novo governo Lula, em fevereiro, o colegiado afirmou que a incerteza fiscal e a desancoragem de expectativas inflacionárias em prazos mais longos aumentam o custo da desinflação. Naquela oportunidade, o BC manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela quarta reunião consecutiva. O comitê volta a se reunir nesta semana.

Na Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, mesma mediana de quatro semanas atrás. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que passou de 8,75% para 9,00%, de 8,75% um mês antes.

Os analistas de mercado ouvidos pelo Broadcast Projeções na última semana preveem de forma unânime manutenção da taxa Selic em 13,75% na reunião dos próximos dois dias. Das 45 instituições consultadas, 30 esperam o início do ciclo de cortes da Selic ainda em 2023, sendo seis no segundo trimestre, 13 no terceiro e 11 no quarto.

As 15 demais instituições esperam cortes só em 2024. A mediana agora indica juros em 12,5% no fim de 2023, ante 12,75% no levantamento realizado após a ata da reunião de fevereiro. A estimativa intermediária para o fim de 2024 avançou de 10,13% para 10,25%, e, para o fim de 2025, recuou de 10,13% para 9,0%.

Projeção de queda da inflação 

A projeção para a inflação de 2023 teve ligeira queda, mas as estimativas para os próximos anos sofreram ajustes significativos para cima no Boletim Focus. A projeção para o IPCA - índice oficial de inflação - deste ano oscilou de 5,96% para 5,95%. Um mês antes, a mediana era de 5,89%.

Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção aumentou de 4,02% para 4,11%, após três semanas de estabilidade.

Considerando somente as 106 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2023 também subiu, de 5,90% para 5,98%. Para 2024, saltou de 4,00% para 4,20%, considerando 100 atualizações no período.

Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e, com maior peso, de 2024. A mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana está acima do centro da meta (3,00%), mas ainda dentro do intervalo que vai de 1,50% a 4,50%.

A mediana para o IPCA de 2025 também foi elevada, de 3,80% para 3,90%, de 3,78% há um mês. Já a estimativa para o IPCA de 2026 avançou de 3,79% para 4,00%, contra 3,70% um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.

Cenário estável para câmbio

O cenário do dólar em 2023 e 2024 ficou estável mais uma semana. A estimativa para o câmbio neste ano continuou em R$ 5,25, mesmo valor esperado há um mês. Para 2024, a mediana permaneceu em R$ 5,30, ante R$ 5,29 de quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro. / Com Agência Estado

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