Economia

Alta do dólar é preocupação em Wall Street e pode conter ganhos em ações

Moeda americana valorizada pode prejudicar empresas que atual fora dos EUA

Data de publicação:05/10/2021 às 05:00 - Atualizado 3 anos atrás
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O dólar tem sido impulsionado recentemente por tensões cada vez maiores sobre o crescimento global e a alta dos rendimentos dos Treasuries. Nos últimos dias, o Dollar Index do Wall Street Journal atingiu o maior nível desde setembro de 2020. O indicador, que mede a moeda americana contra uma cesta de divisas rivais, vem subindo continuamente desde junho.

Um dólar forte tem potencial para conter os ganhos em ações e outros investimentos de risco. As empresas do S&P 500 geram 40% de sua receita fora dos EUA, de acordo com a FactSet. Quando o dólar se fortalece, o valor do dinheiro ganho no exterior diminui. As empresas e países de mercados emergentes também tendem a sofrer porque suas grandes dívidas denominadas em dólares se tornam mais difíceis de pagar.

Dólar mais forte representa um aperto nas condições financeiras globais

"Um dólar mais forte pode ser uma espécie de bola de destruição. De modo geral, é um aperto nas condições financeiras globais", diz o gerente de investimentos James Athey, da Aberdeen Standard Investments.

O que mais tem impulsionado o dólar é a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) agirá mais cedo e de forma mas agressiva do que o antecipado para remover os estímulos à economia.

Restrições na cadeia global de suprimentos, preços de energia em alta e atividade industrial interrompida em mercados como a China e o Reino Unido também pesaram sobre as perspectivas de crescimento.

Dólar é reserva mundial

A moeda de reserva mundial tende a ter um bom desempenho em dois cenários: quando a economia global vai mal, e os investidores se protegem em ativos portos seguros, e quando a economia dos EUA está indo bem em comparação com outras, levando os operadores a abocanhar investimentos denominados em dólares.

"Os mercados estão mais cautelosos e nervosos com o risco de uma desaceleração adicional", afirma Lee Hardman, analista de câmbio do banco japonês Mitsubishi UFJ Financial Group. Ele teme que o aumento global dos preços da energia atinja consumidores e empresas, ao mesmo tempo que aumenta as preocupações com a inflação. /Agência Estado com Dow Jones Newswires

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