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Como funciona o CDI
Índices e Indicadores

O Que é CDI e Taxa DI? Aprenda de Forma Prática (e ganhe mais)!

Provavelmente quando você foi pesquisar opções para investir, o que você mais viu foram investimentos que te pagariam o CDI.

Data de publicação:11/04/2017 às 11:12 -
Atualizado um ano atrás
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Provavelmente quando você foi pesquisar opções para investir, o que você mais viu foram investimentos que te pagariam o CDI ou algum "percentual" dele, não é?

Isso não só é extremamente comum no Brasil, como esse é um mercado gigantesco por aqui. Duvida? Então dá uma olhada em alguns números do CDI abaixo:

  • Cerca de R$ 580 bilhões de Certificados de Depósitos Interbancários (CDI) são negociados em um ano. Esse seria o valor equivalente a duas AMBEVs, a empresa brasileira mais valiosa de 2016;
  • Somente o estoque de debêntures que remunera investimentos de acordo com a taxa DI é de quase R$ 700 bilhões. Mais de 4 vezes o valor de mercado do Bradesco;
  • De acordo com dados da CVM, mais de 8500 fundos de investimentos no Brasil tem como objetivo superar o CDI. Isso representa mais da metade de todos os fundos ativos no país;
  • Ainda em 2013, o total de investimentos que estavam atrelados ao CDI era de quase R$ 1,7 trilhão, o que representava 89% de todo o estoque de títulos privados do Brasil. Valor comparado ao PIB anual de países ricos como a Suécia, por exemplo;
  • Na bolsa de valores, o volume financeiro negociado mensalmente já vai para a casa dos trilhões de reais nos contratos futuros de juros que utilizam o CDI como referência.

Bom, espero que a essa altura eu já tenha conseguido te convencer da importância do CDI para o mercado financeiro.

Mas o que você realmente quer saber provavelmente seja: Afinal o que é CDI? E o que isso tem a ver com meus investimentos?

É justamente esse assunto que vou dissecar nesse texto na apresentação mais didática que você poderia ver.

Se você quiser saber um pouco mais sobre este tema, de uma forma mais rápida, pode acessar a nossa série produzida no Youtube sobre o CDI:

1. O que é CDI e para que ele serve

Eu reconheço que Certificado de Depósito Interbancário (o significado da sigla CDI) parece a primeira vista um daqueles nomes tenebrosos que o mercado financeiro adora utilizar, mas que não fazem o menor sentido para o investidor.

No entanto, esse é apenas o nome de um simples título que é negociado entre os bancos todos os dias em que eles emprestam dinheiro uns aos outros. Sim, os bancos também fazem muitos empréstimos para si mesmos.

Para entender melhor o que é CDI, vou desenhar um cenário prático hipotético:

Vamos imaginar que existam apenas 2 bancos enormes no país, o banco 'I' e o banco 'B' (não estou sugerindo nada aqui, hein!).

Em um dia comum qualquer, ambos os bancos vão tentar emprestar o máximo de dinheiro que eles puderem pra outras empresas e pessoas, afinal de contas, o principal negócio dos bancos é ganhar dinheiro com juros.

Porém, nesse dia fatídico o banco 'I' acabou emprestando mais dinheiro do que tinha disponível em seu caixa e pra não passar dificuldades, precisou recorrer a seu concorrente pedindo um empréstimo. Como o banco 'B' nesse dia acabou tendo uma sobra de caixa por ter emprestado menos do que gostaria, então decidiu que seria melhor ganhar algum juro do concorrente do que deixar seu dinheiro parado.

Assim, os dois bancos combinaram que:

  1. O 'B' entregaria o dinheiro para o 'I';
  2. Em troca o 'I' daria ao 'B' um documento que comprovasse a existência dessa dívida, já com prazo definido para devolver o dinheiro emprestado com um adicional de juros;
  3. A esse documento (ou contrato), eles deram o nome de Certificado de Depósito Interbancário.

Veja que apesar de concorrentes, ambos os bancos se beneficiam da negociação, sendo que o 'I' cobriu o rombo de seu caixa e pode continuar tocando suas operações tranquilamente, e o 'B' conseguiu rentabilizar parte parada de seu capital.

Agora leve em consideração uma economia real como a brasileira, com dezenas de bancos e bilhões de reais circulando e sendo emprestados diariamente entre bancos, empresas e pessoas físicas.

De acordo com os dados da CETIP, a empresa que organiza, guarda e serve como bolsa de negociação da maioria dos títulos privados brasileiros, cerca de R$ 2,2 bilhões são negociados todos os dias. Ou seja, são R$ 2,2 bilhões de empréstimos que os bancos fazem todos os dias entre eles próprios.

Viu como fica fácil chegar ao número de mais de R$ 580 bilhões negociados em CDIs ao longo de 1 ano que citei la na introdução do texto?

Agora que o CDI está definido, ainda fica faltando explicar um detalhe: Se essa é uma negociação apenas entre os bancos, o que esse título tem a ver com o retorno dos meus investimentos?

2. Diferença entre o que é CDI e a Taxa DI

Certo, vimos que o CDI é o nome do título que os bancos negociam entre si, mas como um investimento que eu faço pode "render o CDI"?

O que acontece é que o que os seus investimentos rendem na verdade é a Taxa DI, ou seja, a taxa de juros média que é negociada pelos bancos nessas transações interbancárias.

"Taxa CDI" é um nome que não existe na teoria, mas é a forma como as pessoas chamam no dia-a-dia do mercado financeiro e consequentemente o nome que acabou "pegando".

Não fui eu quem inventou esse nome, então não me culpem pela confusão!

O cálculo dessa taxa é feito pela própria CETIP, que apura um índice e divulga abertamente para quem quiser consultar. A metodologia dessa apuração é relativamente complexa, portanto para não me alongar na parte "chata" da história, caso você queira saber mais detalhes sobre o cálculo da taxa DI é possível ver direto no site deles.

Para consultar o valor da taxa DI hoje ou calcular o acumulado dela por algum período do passado, no próprio site da CETIP também é fácil de fazer isso. Fica bem no topo da página deles, conforme a imagem abaixo:

Taxa DI - CETIP

Moleza né? Veja ali no canto inferior esquerdo que eles também apresentam a metodologia de todos esses cálculos de forma bem transparente.

Agora lembre que essa taxa divulgada pela CETIP é apenas uma metodologia de cálculo da média dos juros negociados entre os bancos. Então como os bancos chegam a essa taxa inicial para negociarem entre si?

Agora que você já sabe o que é CDI, taxa DI e suas diferenças, vamos ter que ir um pouco mais além para entender essa parte da formação do seu valor. Por isso, sigamos para o próximo tópico.

3. Como é determinada a taxa DI

A primeira questão é que os bancos não tiram essas taxas do além. Eles utilizam uma taxa de referência para chegar a esses valores, assim como nós utilizamos referências para cada decisão que tomamos na nossa vida.

Para visualizar essa referência em termos mais práticos, vamos recorrer ao bom e velho exemplo de coisas que fazemos em nosso cotidiano.

Agora imagine que eu tentasse te vender um relógio e te pedisse R$ 10.000,00 por ele sem maiores informações, você acharia caro? Se você não é um verdadeiro amante de relógios e ainda quase sem informações sobre ele, suponho que sim.

Se eu te dissesse agora que ele é um Rolex e que eu paguei R$ 20.000,00 por ele no mês passado e só estou vendendo porque preciso urgentemente de dinheiro. De repente esse começa a se parecer um excelente negócio, não é? Nem que você comprasse ele de mim só pra revender depois com mais paciência do que eu.

Essa é a referência que sempre buscamos em todas as decisões que precisamos tomar.

Pois bem, voltando ao tema principal, o valor dos juros negociados no mercado interbancário utiliza como referência a taxa básica de juros do país, ou no nosso caso a Taxa Selic.

Portanto, quanto maior for a taxa Selic, maior tende a ser o CDI. A mesma coisa pra quando as taxas caírem. Veja no gráfico abaixo como essas taxas costumam andar bem próximas ao longo do tempo:Gráfico - CDI x Selic

3.1 Taxa Selic x Taxa DI

Mas já que falei da Selic é importante apresentar pelo menos um breve resumo sobre ela por aqui. Como ela é a principal taxa de juros da economia, ainda dedicarei um texto exclusivo apenas para ela e os títulos públicos no futuro.

Se você quiser saber um pouco mais sobre o papel dela na economia, recomendo muito que você dê uma conferida nesse meu outro texto sobre Fundos de Inflação que envolve o assunto.

O que nos importa aqui nesse caso específico é como ela é determinada.

No Brasil, quem determina qual vai ser a Taxa Selic, é o Comitê de Política Monetária - COPOM, formado pelos diretores e o presidente do Banco Central do Brasil.

Esse comitê se reúne a cada 45 dias (9 vezes ao ano) que serve para discutir o cenário da inflação no país e tomar decisões sobre os rumos da política monetária, dentre elas definindo uma meta para a taxa Selic.

Perceba que falei em uma meta para a taxa Selic. Isso, porque eles não simplesmente decretam magicamente qual é esse valor e ponto final. É a partir dessa meta que o Banco Central deverá fazer uma série de negociações de compra e venda de títulos no mercado financeiro até que consiga atingir a mesma.

Ou seja, assim como numa feira em que a oferta e a procura de frutas e verduras determinam o preço dessas mercadorias, é a oferta e a procura de títulos que determina o seu preço e consequentemente a taxa de juros que eles remuneram (conforme expliquei naquele mesmo texto que recomendei acima).

Como o Banco Central é uma instituição muito grande e poderosa, ele consegue fazer compras e vendas massivas de títulos públicos no mercado para manipular as taxas de juros até que elas atinjam a meta determinada pelo Copom.

A meta é subir os juros? Então o Banco Central vai vender muitos títulos para aumentar a oferta, diminuir seus preços e aumentar os juros. A meta é baixar os juros? Então o Banco Central vai fazer o movimento exatamente contrário.

E assim por diante.

Agora voltando para o nosso exemplo do relógio acima, por a Taxa Selic ser a taxa básica de juros da economia, todo o mercado utiliza essa taxa como referência para suas negociações. E isso vale especialmente para os bancos quando negociam os Certificados de Depósitos entre si.

Porém no Brasil, que "não é para principiantes" como já dizia o célebre Antônio Carlos Jobim, existe mais uma de nossas exclusivas "jabuticabas" nessa história do CDI.

4. Problemas e curiosidades do CDI

Imagino que você já tenha percebido ao longo do texto o tamanho da importância que o CDI (e a taxa DI) tem no mercado brasileiro. No entanto, esse mercado vem sofrendo críticas há mais de uma década e tem sua existência questionada ao longo do tempo com uma certa frequência.

Essas críticas ocorrem de um modo geral, pois conforme apresentou o Eduardinho do Carteira Rica, o Brasil é único país do mundo em que uma taxa de referência privada (DI) é menor do que uma taxa de referência dos títulos públicos (Selic).

Ou seja, como poderia um título privado (CDI) com lastro na própria empresa emissora (os bancos), remunerarem juros menores (taxa DI) do que os títulos públicos (que pagam a Selic), geralmente conhecidos por serem as aplicações financeiras de menor risco do mercado e com lastro no tesouro nacional? Afinal de contas, se o risco é maior de se investir em um título privado, não deveríamos esperar também um retorno maior?

Pois bem, como podem ver aqui, aqui e aqui, esse é um tema que já foi debatido diversas vezes e que apesar de retornar de tempos em tempos, não chega a nenhuma conclusão.

A acusação geral é a de que os bancos estariam supostamente aproveitando o baixo número de negócios diários para manipular a Taxa DI para baixo. Mas você pode se perguntar: "E o que eles ganhariam com isso?"

Quando investimos no banco em qualquer aplicação financeira deles, na maioria dos casos estamos emprestando dinheiro para o banco, em troca de algum juros. O banco então pega nosso dinheiro e empresta para outras pessoas e empresas que estão precisando, cobrando deles juros substancialmente mais altos. Quem já precisou de empréstimo sabe bem como é.

A diferença desse valor de juros que o banco paga pra gente e que ele ganha cobrando dos outros é o famoso spread bancário que você já deve ter lido ou escutado nos noticiários de vez em quando.

Ou seja, como as aplicações financeiras são referenciadas na taxa DI, os bancos conseguiriam dessa forma pagar ainda menos juros para quem aplicar com eles e consequentemente aumentar o seu spread.

As suspeitas aumentaram ainda mais quando ocorreu a fraude gigantesca na taxa Libor, uma taxa de juros da Inglaterra semelhante ao funcionamento da taxa DI, conforme noticiado pelo Estadão.

Mas afinal, existe mesmo essa manipulação das taxas? Vai saber... Até hoje ninguém pôde comprovar de fato.

5. Como investir no CDI

A primeira questão importante aqui é que nós não investimos diretamente "no CDI", mas sim em produtos que são referenciados a taxa DI. Afinal, lembra que comentei sobre o que é CDI no começo do texto? Eles são títulos negociados pelos bancos apenas entre eles.

Pois bem, a boa notícia é que atualmente no Brasil temos não apenas uma única alternativa que remunera o investidor de acordo com o CDI, mas sim uma enorme gama de opções de títulos de renda fixa e fundos de investimentos.

E como você vai ver, muitas vezes esses investimentos conseguem inclusive superar o CDI e entregar Mais Retorno para o investidor.

Antes vale uma informação bastante importante. Na maioria dos casos você vai ver exemplos como "100% do CDI", "70% do CDI", "120% do CDI".

Como usamos a taxa DI como referencial para todas as alternativas de investimentos que vou mostrar aqui, a forma mais simples de saber o retorno dessas aplicações é, portanto, comparando elas com o próprio CDI.

Assim, quando você ver algo como "50% do CDI", quer dizer simplesmente que o título rendeu metade do que renderia um CDI. Se um título render "100% do CDI", quer dizer que renderia exatamente igual ao CDI. Se render "120% do CDI", quer dizer que seu retorno é de 20% a mais que um CDI. E assim por diante.

Ou seja, se o CDI estiver pagando 10% ao ano de juros, 50% do CDI indicará 5% ao ano, 120% do CDI será equivalente a 12% ao ano e 100% do CDI os exatos 10% ao ano.

Portanto a conclusão óbvia é: devemos procurar sempre investimentos que rendam pelo menos 100% do CDI ou mais, dependendo obviamente do perfil de risco de cada investidor.

Nas próximas linhas apresentarei as alternativas mais importantes, seguidas de alguns exemplos de títulos que estão sendo negociados atualmente no mercado.

Antes de tomar qualquer decisão, é muito importante que você conheça seu perfil de investidor para fazer a escolha certa. Por isso preparamos um teste rápido, fácil e divertido de fazer e com uma surpresa especial no final.

É só clicar aqui e seguir o passo-a-passo!

5.1 CDB e LC

Começando pelo clássico: Certificado de Depósito Bancário - CDB. Eles são aquelas aplicações costumeiras que geralmente são as primeiras que nos são apresentadas nos bancos como alternativas à poupança.

Por serem uma das principais formas de depósito a prazo (quando você deposita seu dinheiro na conta-corrente sem rendimento chamamos de depósito à vista), a função desses títulos é captar os recursos que o banco irá emprestar. Ou seja, é através deles que o banco acaba transferindo recursos de quem tem dinheiro sobrando (poupadores) para aqueles que estão precisando de dinheiro (tomadores).

Claro, eles não são a única fonte de captação de recursos que os bancos tem, como veremos abaixo, mas sem dúvidas ele é uma das mais importantes.

As Letras de Câmbio - LC, são títulos similares e apesar do nome não tem nada a ver com câmbio de moedas (dólar, euro, etc.).

A diferença entre esses títulos é que os CDBs são emitidos apenas por bancos e as LCs por financeiras (como a Omni Financeira, por exemplo).

Você pode se aprofundar mais no nosso texto específico sobre o que é CDB e LC.

Veja agora algumas das principais características do CDB e da LC:

  1. Rentabilidade (média): Por serem investimentos de risco relativamente baixo (exatamente o mesmo da poupança), com boa liquidez, mas tributado pelo IR, costuma ter uma rentabilidade razoável, variando de 70% até mais de 140% do CDI;
  2. Liquidez (alta): Apesar de existirem títulos com carência, é muito comum encontrar opções com liquidez diária, o que permite o investidor acesso a seus recursos imediatamente sem penalidades pelo resgate. Em alguns bancos inclusive existe resgate automático para essas aplicações, facilitando a administração do capital de giro no caso das empresas, por exemplo;
  3. Segurança (alta): Como ambos são títulos de emissão bancária, ou seja, emitidos apenas por instituições financeiras, ambos contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito - FGC. Portanto, como sugere o nome, o investidor tem garantia de segurança em seus investimentos para até R$ 250.000,00 para cada instituição financeira diferente que ele aplicar;
  4. Tributação (tabela regressiva): Esses títulos sofrem a incidência de imposto conforme o modelo da tabela regressiva do Imposto de Renda (IR). Essa tabela diminui o imposto devido de acordo com o prazo investido, da seguinte maneira:
    1. Até 180 dias, 22,5% de IR sobre os rendimentos;
    2. Entre 181 e 360 dias, 20% de IR sobre os rendimentos;
    3. Entre 361 e 720 dias, 17,5% de IR sobre os rendimentos;
    4. Acima de 720 dias, 15% de IR sobre os rendimentos.

Veja agora alguns exemplos de CDBs e LCs disponíveis para investir ainda hoje:

EmissorCarênciaAplicação MínimaRetorno
CDB Banco Pan0 diasR$5.000,00101,50% do CDI
CDB Banco Modal721 diasR$5.000,00114% do CDI
LC Omni Financeira1080 diasR$5.000,00117% do CDI

5.2 LCI e LCA

Tanto as Letras de Crédito Imobiliário - LCI, como as Letras de Crédito do Agronegócio - LCA, são títulos com características muito semelhantes aos CDBs em termos de investimentos, mas com funções diferentes dentro do banco.

Como o próprio nome desses títulos sugere, os recursos captados por eles no banco só podem ser emprestados para empreendimentos (advinha só): imobiliários e do agronegócio.

Por conta disso, como essas são áreas que o governo brasileiro costuma priorizar, oferece um dos melhores incentivos possíveis para atrair investidores (e consequentemente aumentar a captação de recursos para essas finalidades): isenção de impostos sobre os rendimentos.

Dessa forma, espera-se que com mais dinheiro disponível para emprestar para esses setores (imobiliário e de agronegócios), os juros cobrados por empréstimos a eles tende a ser menor e consequentemente mais empreendimentos dos ramos seriam realizados no país.

Você pode se aprofundar mais nesse assunto no nosso texto específico sobre o que é LCI e LCA.

Veja agora algumas das principais características da LCI e da LCA:

  1. Rentabilidade (média): Por serem investimentos de risco relativamente baixo (exatamente o mesmo da poupança), com boa liquidez, mas não tributado pelo IR, costumam ter uma rentabilidade razoável, variando de 70% até mais de 100% do CDI;
  2. Liquidez (alta): Apesar de existirem títulos com carência, é muito comum encontrar opções com liquidez diária, o que permite o investidor acesso a seus recursos imediatamente sem penalidades pelo resgate;
  3. Segurança (alta): Assim como os CDBs e LCs, o investidor tem garantia do FGC em seus investimentos para até R$ 250.000,00 para cada instituição financeira diferente que ele aplicar;
  4. Tributação (isento): Não há tributação em cima dos rendimentos da LCI e LCA;

Veja agora alguns exemplos de LCI e LCA disponíveis para investir ainda hoje:

EmissorCarênciaAplicação MínimaRetorno
LCI Poupex90 diasR$ 5.000,0088% do CDI
LCA Banco Original90 diasR$ 5.000,0087% do CDI
LCA Banco Pine360 diasR$ 5.000,0091% do CDI

IMPORTANTE: Note que apesar de as LCI e LCA renderem um percentual muito abaixo do CDB, por serem isentas de imposto, o rendimento final acaba sendo muito maior. Portanto uma LCI que rende apenas 88% do CDI em 3 meses, por exemplo, seria exatamente o mesmo que um CDB de 113,5% do CDI. Afinal de contas, ao resgatar esse CDB em 3 meses você teria que pagar 22,5% de imposto sobre os seus rendimentos.

5.3 Fundos de Renda Fixa e Referenciados-DI

Os fundos Referenciado-DI praticamente dispensam apresentações. Sua função é justamente seguir e entregar o rendimento do CDI para o investidor, através do investimento em títulos indexados à taxa DI.

A grande diferença de investir neles ao invés de comprar um título diretamente, é a diversificação em títulos de diferentes instituições financeiras. Fazendo isso, o risco do investimento tende a cair consideravelmente, uma vez que se um banco qualquer quebrar, apenas uma parte pequena do capital fica comprometida.

Outra vantagem dos fundos referenciados é a liquidez, sendo que esses fundos podem permitir resgates no mesmo dia.

Os fundos de Renda Fixa não referenciados, por outro lado, tem como objetivo em geral superar o CDI. Porém, para isso eles acabam tendo que investir em títulos mais arriscados, conferindo maior oscilação nos resultados diários do investidor.

Um bom exemplo são os fundos de inflação, os quais já escrevi um texto exclusivo para eles.

Veja agora algumas das principais características dos fundos de Renda Fixa e Referenciado-DI:

  1. Rentabilidade (média): Se forem fundos referenciados, o objetivo é 100% do CDI. Se forem outro tipo de fundos de Renda Fixa, podem ter oscilações maiores rendendo mais de 120% do CDI em alguns casos, ou até mesmo sofrendo prejuízos em prazos curtos;
  2. Liquidez (alta): Pelo menos no caso dos fundos referenciados, a maioria permite resgate no mesmo dia ou no dia seguinte;
  3. Segurança (média): Fundos não oferecem garantia do FGC, mas sua segurança vem através da diversificação dos investimentos;
  4. Tributação (tabela regressiva com come-cotas): Os fundos são tributados na tabela regressiva assim como os CDBs e LCs. No entanto existe a incidência do come-cotas, que se você não conhece, recomendo fortemente que leia esse texto que dediquei exclusivamente para esse assunto;

Veja agora alguns exemplos de Fundos de Renda Fixa e Referenciado-DI disponíveis para investir ainda hoje:

FundoResgateApl. MínimaRetorno (12 m)
AZ Quest Luce FIC FI RF CP LPDia seguinteR$ 5.000,00110% do CDI
Porto Seguro Referenciado DI Crédito PrivadoMesmo diaR$ 20.000,00105% do CDI
BNP Paribas Match DIMesmo diaR$ 50.000,00101,50% do CDI

5.4 Debêntures

Já imaginou se você pudesse emprestar seu dinheiro direto para a AMBEV ou para o Pão de Açúcar e ganhar juros fixos deles? Pois é justamente essa a função das debêntures.

Lembram que falei dos títulos de "emissão bancária" acima, como o CDB, LC, LCI e LCA? As debêntures são o que chamamos de títulos de "Crédito Privado". 

Dentre várias diferenças, a mais importante para o investidor final é a de que como esses títulos são emitidos por empresas não financeiras, eles não oferecem ao investidor a garantia do FGC de até R$ 250.000,00 por emissor. Por isso, as debêntures costumam ser investimentos de risco mais elevado que outras alternativas de renda fixa, indicados apenas para investidores mais tolerantes ao risco.

Veja agora algumas das principais características dos fundos de Renda Fixa e Referenciado-DI:

  1. Rentabilidade (alta): Por terem um risco mais elevado, muitas debêntures oferecem rentabilidades acima do CDI, em alguns casos pagando até o CDI mais algum prêmio de juros prefixado;
  2. Liquidez (baixa): Quando precisar resgatar uma debênture, você terá que recorrer ao mercado secundário. Ou seja, terá que procurar outro investidor querendo comprar seu título. Dependendo da empresa emissora isso pode não ser tão fácil e você pode acabar tendo que perder dinheiro para resgatar antes do prazo contratado;
  3. Segurança (baixa): O lastro desses títulos é a própria empresa. Logo, se ela quebrar, você perde o seu dinheiro. É claro, portanto, que empresas grandes e sólidas como a AMBEV tem o risco bem menor do que empresas pequenas;
  4. Tributação (tabela regressiva): Aqui a tributação é exatamente a mesma da tabela regressiva dos CDBs e LCs;

Veja agora alguns exemplos de Debêntures disponíveis para investir ainda hoje:

EmissorVencimentoAplicação MínimaRetorno
Debênture NCF Participações23/12/2020R$ 1.000,00101,60% do CDI
Debênture Copel Distribuição27/10/2019R$ 1.000,00115% do CDI

5.5 CRI e CRA

Esses talvez sejam os modelos menos conhecidos e mais complexos de investimentos de renda fixa. Apesar disso, os Certificados de Recebíveis Imobiliários - CRI e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio - CRA vem se tornando cada vez mais populares entre os investidores nos últimos anos.

Como meu objetivo é apresentar os investimentos que remuneram de acordo com a taxa DI, vou deixar a explicação técnica desses títulos para um texto futuro.

Portanto, de forma bem resumida, o que importa aqui é que esses títulos permitem que o investidor receba os pagamentos de um financiamento (imobiliário ou do agronegócio) no lugar do banco que concedeu esse crédito. Para isso, o investidor estaria "comprando o direito" de receber esses pagamentos do banco.

Quem emite esse título no entanto, não é o banco, mas sim uma outra instituição chamada de securitizadora. Assim, como essa instituição não é bancária, então esses títulos não possuem a garantia do FGC.

No entanto, lembram que por as LCI e LCA serem mecanismos de financiar os mercados imobiliário e de agronegócio o governo não tributava esses investimentos? Adivinhe novamente: as CRI e CRA também possuem essa vantagem!

Você pode se aprofundar mais nesse tema no nosso texto específico sobre o que é CRI e CRA.

Veja agora algumas das principais características dos CRI e CRA:

  1. Rentabilidade (alta): Por terem um risco mais elevado, os CRI e CRA costumam entregar bons resultados, passando até dos 130% do CDI se você estiver disposto a correr mais riscos;
  2. Liquidez (baixa): Mesmo caso das debêntures. Se quiser resgatar seu dinheiro antes do prazo contratado, vai ter que contar com um mercado secundário bom para não perder dinheiro;
  3. Segurança (baixa): O lastro desses títulos do emissor e segue o mesmo princípio das debêntures. Bons emissores tem riscos menores, maus emissores tem grande risco;
  4. Tributação (isento): Assim como nas LCI e LCA, são títulos que contam com a vantagem de não pagar impostos sobre o rendimento;

Veja agora alguns exemplos de CRI e CRA disponíveis para investir ainda hoje:

EmissorVencimentoAplicação MínimaRetorno
CRI MRV04/12/2018R$ 1.000,00100% do CDI
CRA Burguer King22/10/2020R$ 1.000,00100% do CDI
CRA Coruripe06/10/2019R$ 1.000,00118,5% do CDI

Conclusão

Se você leu até o fim esse mega conteúdo sobre o CDI, eu tenho certeza que você virou um craque no assunto e já pode dar aula em muito "macaco velho" do mercado sobre esse tema.

Ao entender profundamente esse conceito e a importância dele nos seus investimentos, certamente você também estará mais preparado para conseguir Mais Retorno para seu dinheiro.

O próximo passo agora é você colocar em prática essas lições e montar uma carteira adequada ao seu perfil que tenha boas aplicações como os exemplos que coloquei nos tópicos acima.

E se esse conteúdo te ajudou de alguma forma, ajude a espalhar esse conhecimento para seus amigos compartilhando.

Sobre o autor
Felipe Medeiros
Economista e empreendedor do mercado financeiro há mais de uma década, tem como objetivo compartilhar suas experiências e se conectar com outros investidores e entusiastas do mercado. É fundador do Mais Retorno e autor da série de livros "Investidor Especialista".
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